CONHECENDO UM POUCO SOBRE A ASMA
Asma é uma doença crônica como a diabetes e hipertensão, que não tem cura, mas tem controle. É a doença crônica mais comum na infância e pode levar a perdas de dia de aula, baixo rendimento escolar, atendimentos em serviços de pronto atendimento, e hospitalizações. Daí a importância de se iniciar um tratamento e acompanhamento com especialista quando a criança tem crises de falta de ar.
Ela é caracterizada por uma inflamação crônica das vias aéreas inferiores, levando a uma redução do calibre dos brônquios e bronquíolos, como é possível visualizar na imagem abaixo.
Quando a criança entra numa crise de asma, além da piora dessa inflamação com produção de excesso de secreção nas vias aéreas, também ocorre a contração do músculo liso contribuindo ainda mais para a redução desse calibre, e consequentemente dificuldade para a passagem do ar. Isso origina os sintomas tão característicos da doença como falaremos à frente.
Parcela significativa de crianças com asma desenvolve sintomas nos primeiros anos de vida, mas nem sempre a sua confirmação diagnóstica é fácil. Isso porque a maioria das crianças faz broncoespasmos de repetição durante a primeira infância, mas sem desenvolver asma brônquica ou bronquite asmática no futuro.
Isso quer dizer que a criança pode apresentar episódios de sibilos ou chiado no peito, cansaço e esforço respiratório nos primeiros 3 a 4 anos de vida. Após isso, pode não voltar a apresentar tais sintomas, não sendo diagnosticados com asma.
Nesse caso, a criança precisa de acompanhamento por pneumologista pediátrico se as crises são muito frequentes, até se saber se ela tem asma. Principalmente caso as crises persistam após 3 a 4 anos. No entanto, ela poderá receber alta se deixar de apresentar crises após essa idade.
RECONHECENDO A CRISE DE ASMA
Existem diversos graus de manifestação da doença, de leve a grave. Nesse sentido, quanto mais grave é a asma, maior será a quantidade e gravidade de crises, muitas com necessidade de hospitalização.
Existem alguns fatores ambientais que desencadeiam a crise como vírus, mudança climáticas, poeira, ácaros e cheiros fortes. Com isso, ocorre a chamada broncoconstrição (contração do músculo liso), na qual os brônquios e bronquíolos se fecham em resposta aos fatores ambientais. Além disso, há um aumento significativo da produção de secreção, o que contribui para maior obstrução à passagem do ar.
Nesse contexto, é muito importante os familiares da criança reconhecerem os sintomas da crise para que o tratamento seja instituído o mais brevemente possível. Isso é importante para reduzir o índice de hospitalização e possíveis sequelas a longo prazo como remodelamento pulmonar causado pela inflamação crônica.
PRINCIPAIS SINTOMAS
Os principais sintomas da crise de asma são:
? tosse seca e persistente
? dor no peito
? sensação de falta de ar
? respiração acelerada ( como de cachorrinho)
? afundamento da barriga, entre as costelas e/ou do pescoço quando está respirando (sinais de esforço respiratório).
COMO TRATAR A CRISE DE ASMA?
Quando os sintomas de crise são reconhecidos, deve-se usar broncodilatadores que diminuirão a contração do músculo liso após poucos minutos de sua administração.
Além disso, dependendo da avaliação médica em relação à ausculta pulmonar e à resposta ao broncodilatador, pode ser necessário o uso de corticoide sistêmico. Este, diferente do broncodilatador, terá uma ação mais a longo prazo, ajudando na melhora da inflamação.
O ideal é que se use o mínimo possível de corticoides sistêmicos, pois podem ter muitos efeitos colaterais a curto e longo prazo. Por isso, é recomendável que se use corticoides inalatórios, tanto na crise quanto no controle da doença. Eles têm baixa absorção sistêmica e ação direta no pulmão, tendo por isso menos efeitos colaterais.
É importante entrar com tratamento para a crise prescrito pelo seu pediatra ou pneumologista. E se houver dúvidas quanto aos sintomas, sempre se comunique com seu médico para que ele faça as orientações de como proceder.
