Rinossinusites

Rinossinusites na criança – quais os sinais e como tratar?

O que é rinossinusite?

Neste artigo, entenda um pouco mais sobre as rinossinusites em crianças, seus sintomas, causas e tratamento.

As sinusites e rinites são processos inflamatórios da mucosa sinusal e nasal que, na população infantil, frequentemente se sobrepõem. Com muita frequência, são decorrentes de infecções virais e dos processos alérgicos da via respiratória.

A rinossinusite aguda pode ter origem viral ou bacteriana. Conhecida também como “resfriado”, a rinossinusite viral (resfriado comum) é.muito frequente até os sete anos, podendo ocorrer de seis a dez vezes ao ano, nesta faixa etária. Ademais, menos de 10% das infecções virais evoluem para uma rinossinusite aguda bacteriana.

Existem alguns fatores que podem estar relacionados a essa condição patológica que são:
● poluição ambiental,
● frequência a creches,
● alergia,
● infecção das vias aéreas superiores (IVAS),
● refluxo gastroesofágico,
● hipertrofia de adenoides e/ou de amígdalas
● entre outros.

A imaturidade do sistema imunológico e as dimensões da cavidade nasal e dos seios paranasais, por exemplo, perdem sua importância com o crescimento. Isso porque, conforme a criança cresce, ela desenvolve seu sistema imunológico. Assim, vão sendo mais capazes de combater infecções e seus seios paranasais crescem melhorando a drenagem das secreções do seio pelos óstios.

Como ocorrem as rinossinusites?

As rinossinusites na infância são quase sempre uma sequela de uma IVAS. Elas são mais frequentes na criança por uma série de fatores. Dentre eles, a imaturidade imunológica, exposição a fatores ambientais como frequência a escolas e creches, que facilitam a transmissão infecciosa de uma criança para outra.

As IVAS provocam edema da mucosa respiratória, obstruindo a ventilação dos seios da face. Além disso, dificultam a drenagem das secreções e alteram o sistema de defesa da mucosa, facilitando a instalação de uma infecção bacteriana.

Devido à relação entre IVAS e rinossinusites, alguns investigadores acreditam que grande parte dos episódios de rinossinusite,.particularmente nas crianças, seja autolimitado e, talvez, não demandem medidas terapêuticas agressivas.

Quais os principais sinais e sintomas?

Nos primeiros dois ou três dias da rinossinusite viral aguda, os sintomas são
obstrução nasal, dor de garganta, espirros, coriza clara e falta de apetite, frequentemente associados com febre. Medicamentos podem ser úteis, nesta fase.

Após o terceiro dia, a febre, a dor de garganta e a inapetência tendem a desaparecer, a secreção nasal fica mais espessa, podendo ficar verde ou amarela; a tosse e a obstrução nasal persistem.

Este quadro pode se estender por cerca de dez dias, mas a criança melhora progressivamente. Desse modo, alguns sintomas estão relacionados à rinossinusite em sua forma bacteriana. Eles podem ser reunidos em três grupos diferentes. Confira, a seguir:

1) Sintomas prolongados: secreção nasal abundante, obstrução nasal e tosse persistente, por mais de 12 dias. Esta forma é a mais frequente e não costuma ser acompanhada de febre.
2) Sintomas severos: desde o primeiro dia, a criança tem febre alta e secreção amarela ou verde abundante. Ao contrário da secreção aquosa encontrada inicialmente na infecção viral.
3) Recaída: o quadro não melhora após o quinto dia; ao contrário, piora. Na evolução normal de uma infecção viral o quadro se inicia com febre, prostração e secreção aquosa. Após o quarto ou quinto dia, os sintomas costumam melhorar. Se houver uma infecção bacteriana, a febre retorna, o estado geral piora e, frequentemente, a tosse e a secreção nasal aumentam.

Como tratar as rinossinusites?

É importante lembrar que a rinossinusite aguda na criança apresenta uma resolução espontânea em 40-50% dos casos. Nesse sentido, quando a criança inicia os primeiros sintomas de nariz entupido, coriza e espirros é importante iniciar quanto antes a lavagem nasal com soro fisiológico.

Existem vários métodos para realizar essa limpeza, mas a forma que julgo eficaz é o uso de uma seringa, cujo volume depende da idade da criança. Isso porque a seringa permite colocar um maior volume de soro e o êmbolo gera pressão suficiente para atingir a nasofaringe, parte posterior do nariz, permitindo a retirada mecânica da secreção.

Em suma, o ideal é realizar essa lavagem com a maior frequência possível, sendo ao mínimo a cada 3 horas. Além da lavagem nasal, se a criança tiver histórico de alergia, podem ser utilizados os anti-histamínicos por auxiliarem na redução da produção de coriza e desobstrução nasal.

Caso seu filho tenha os sinais e sintomas de uma rinossinusite bacteriana, ele precisa ser avaliado por um pediatra, pois geralmente será necessário a prescrição de antibiótico. Portanto, caberá ao médico decidir também se, além do antibiótico, deverá ser utilizado outra medicação.

Essa possibilidade existe principalmente nos casos em que a rinossinusite insiste em voltar, ou mesmo se a criança já tiver recebido antibiótico recentemente. Então, caso o paciente apresente olhos inchados ou esteja muito prostrado, também se recomenda avaliação por um otorrinolaringologista.

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